segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hiato

esse espaço de tempo entre dois fatos, dois momentos. Esta separação entre a sílaba tônica e as demais da palavra. Sa-ú-de. Sa-ú-do uma saudade sem hiato, sem saldos. Era pra ser despedida esta saudação. Acontece que houve essa longa pausa entre sentir e não sei o quê. Algo que não foi devidamente separado das contruções textuais, não foi contextualizado satisfatoriamente e sobrou um rascunho, um erro de grafia, esse garrancho disforme que quer dizer algo e não diz, igual a esse arremedo de mensagem, que começa explicando algo que nem se explica. To precisando estudar gramática, to precisando separar as sílabas corretamente. Seria assim? gr ama ti ca?

sábado, 24 de março de 2012

Apontamentos

O existencialismo trouxe a dúvida. Nos percebemos incompletos, com a sensação de  que não sabemos, de que sempre precisamos de algo, nossa incompletude nos afronta.

Há um desequilíbrio. Falta algo:
-Condições materiais
-Falta conhecimento
-Falta acesso ao conhecimento presente e principalmente,
-Falta construir o novo conhecimento (o que se dá na prática)

O novo conhecimento precisa:
-que exista (condições materiais)
-que haja reflexão (consciência)
-que seja sistematizado (intencionalidade)

O desafio da sistematização do conhecimento NOVO está em diferenciá-lo do simples relatório/ relato/ informação  é a produção de um conhecimento associado a uma intervenção educativa e social.

O novo conhecimento tem que ser construído em base de uma consciência de mundo, social e política, cultural etc.

***
Há hoje uma conjuntura mundial que não pode ser desconsiderada nesse processo. A discussão ambiental é um exemplo disso, e é urgente porque é real. O recente acidente na usina atômica no Japão, as catástrofes naturais ao redor do mundo não são mais locais, apenas.
A conjuntura nacional, diz das mudanças pelas quais passamos e requer uma posição. Estaremos passivos diantes dos acontecimentos em nosso país, nossa cidade, nosso bairro?
Novos conceitos surgem.

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A filosofia se expressa pela linguagem. Quem se fala bem, por exemplo tem mais capacidade de expressão e não mais capacidade de pensar. (Todos tem a mesma capacidade de pensar).
A linguagem então, uma ferramenta capaz de demonstrar nosso pensamento claramente e/ou de outras formas(inclusive o poder de persuasão e influenciar)  nossas idéias, nosso conhecimento. É refletir sobre o poder da linguagem na sociedade do conhecimento e da informação.

Qual o papel dos profissionais que formarão as novas gerações? Qual formação esses profissionais precisam também receber para essa tarefa?

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

escrever

Escrevi uma carta que eu nunca enviei, havia muita verdade, muita franqueza, muita esperança, havia afeto; muito. Eu preciso escrever outras cartas, para não serem lidas; poucas, três...duas. E experimentar de novo essa liberdade secreta e suave de não esperar. É uma beleza comovente impressa em azul.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

palavrear

A palavra emudece também, se reclusa, se recusa a vir à tona. Fica sem saber dizer, sem querer. Sente-se pequena diante das coisas, e prefere deixá-las sem nome, até encontrar um modo, um mundo compreensível de acontecimentos, que encoraje novamente as sílabas a juntarem-se e significarem de novo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Agora

Chega a hora, o instante. Imaginar já não basta. Aprender também, mas fazer da palavra o avesso do verso, da prosa, o existir primeiro do que se viu e sentiu. Encantar o cotidiano com as letras e os sons que vibram junto, que pulsam a cada batida no peito, a cada sopro de ar que expiramos e inspiramos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

por escrito

Algumas pessoas derramam lágrimas, eu espalho letras numa página branca. E às vezes é como um choro. Absurdamente nem existem motivos, nem sequer a página branca literalmente. É em vão. Significo cada palavra, como se fosse cada um dos silêncios.

E depois de uns dois parágrafos, esses soluços mais espaçados, dão conta de certo alívio que é transmitir o peso do sentir para o sentido de cada frase; uma oração. Sinto-me absolvida pelas intenções nunca claras, nunca óbvias, nem para mim. Ladainha finda,  faço côro a essa prece:

“- Deus pai, me cura da ilusão.”

domingo, 21 de agosto de 2011

sobre nós

Tudo aquilo que nos impressiona, no surpreende, achamos bonito ou feio, parte de algo que está em nós, uma experiência, um desejo, uma idéia ou qualquer coisa que nem suspeitamos, mas existe primeiro em nós e ressoa naquilo que vemos, ouvimos e sentimos.
(Fala minha,  um trecho de conversa )

E todos partimos de um enredo próprio em busca de enlaçar a cumplicidade com o outro, mas de fato nunca podemos ultrapassar o ponto de incerteza encerrado pela individualidade de cada um. E só podemos ir no tato, intuindo, percebendo onde se dá a ligação, a sintonia. São milhas e milhas a serem trilhadas pelo afeto, de outra forma, só apertaremos mais o nó e estaremos distantes do pronome que cabe dois, que aproxima que expressa o vínculo: nós.
(Texto meu, inspirado no trecho acima e na definição abaixo)


(latim nodus, -i)
s. m.s. m.
1. Laço apertado.
8. Embaraço (na garganta) que obsta engolir.
9. [Figurado] [Figurado] Ponto em que está a dificuldade.
10. Embaraço, estorvo.
11. Vínculo, laço moral.
12. Enredo.
13. Ligação, enlace.
14. [Marinha] [Marinha] Milha.
Plural: nós.
                             (Definição do dicionário online Priberam)